EMPATIA- o 2º PILAR DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Empatia – de Soft a Essencial Skill

A esta competência de perceber o que outros sentem chamamos Empatia.

“se existe um segredo para o sucesso é a capacidade de perceber o ponto de vista do outro e de ver as coisas tanto nessa perspectiva como na nossa” 

Henry Ford

Uma verdadeira habilidade humana que desempenha um papel fundamental na mais diversas áreas da nossa vida – das vendas à gestão, das relações amorosas à atividade parental.

A empatia deriva da atenção ao outro. Nasce da autoconsciência e assume o papel de 2º pilar da Inteligência Emocional, segundo Daniel Goleman.

Conseguimos entender melhor o outro quando partimos de um ponto em que conhecemos e conseguimos identificar os nossos próprios sentimentos. A capacidade de identificarmos as repercussões psicológicas que certa situação nos traz, permite-nos “calçar os sapatos do outro com maior facilidade e estabelecer com ele uma cumplicidade positiva que certamente trará frutos.

Daniel Golleman, pai da Inteligência Emocional, define três tipo de empatia a ter em conta:

  1. Cognitiva – capacidade de compreender o ponto de vista do outro, que leva a maior capacidade de comunicação e à possibilidade de chegar, verdadeiramente, até ele.
  2. Emocional – conseguir sentir o que o outro sente, combinando uma atenção propositada a como nos sentimos quando percebemos os sentimentos do outro e uma consciência aberta para as expressões, tons de voz e restantes sinais exteriores dessa pessoa.
  3. Empática – diretamente ligada à empatia emocional, permite perceber como as pessoas se sentem e de que modo podemos responder às suas necessidades. A resposta às necessidades do outro é normalmente ponderada tendo em conta o quanto valorizamos o bem-estar da pessoa/grupo em causa.
Porém, quando colocamos os três tipos de empatia em prática e em simultâneo de forma deliberada, sentindo intuitivamente o sofrimento do outro como se fosse nosso, corremos o risco de sofrer com isso e não conseguirmos o equilíbrio necessário para que a capacidade empática seja uma skill essencial a nosso favor.

Vantagens de uma relação empática

Um ambiente empático, em qualquer contexto vivencial, leva a melhores resultados. E é essencial no desenvolvimento da capacidade individual de orientação (de pessoas, grupos, equipas, clientes, filhos, etc).

Já um ambiente de medo e tensão torna-se limitativo. Infelizmente, a grande maioria de nós acabamos por sentir isso em determinada fase da nossa vida (em ambiente familiar, na escola, universidade, emprego, etc). Qualquer forma de autoridade que opte por implantar tais sentimentos no outro leva ao bloqueio de uma série de capacidades humanas de extrema importância e essenciais ao desenvolvimento humano, tais como:

  • Criatividade
  • Liberdade de Expressão
  • Produtividade
  • Colaboração
Em termos laborais a compaixão leva a melhores resultados, sendo uma liderança compassiva mais apreciada e valorizada que salários mais elevados. Para além disso, cria relações mais fortes, de maior confiança e respeito e, consequentemente, a maior lealdade dos funcionários.

No que respeita à gestão de grupos, a empatia ajuda a compreender como as pessoas reagem entre si e a ler os movimentos e fluxos de poder no seio de um grupo. Esta capacidade assume grande utilidade no que respeita à gestão de situações de reunião de equipa, por exemplo.

O líder, ao conseguir alcançar um grau de empatia que lhe permita a leitura desta dinâmica, conseguirá antecipar o momento de projetar emoções positivas, influenciando assim a energia do grupo e transmitindo otimismo e confiança nos resultados a todos os participantes.

Podemos assim ver a empatia como uma competência essencial na liderança. Ajuda-nos a influenciar outros na organização, a prever preocupações dos elementos da equipa e dos clientes e até a conduzir reuniões de forma mais eficaz e proveitosa.

Limites da Empatia

“Embora a empatia seja essencial para chefiar e gerir pessoa (…) não reconhecer os seus limites pode prejudicar o desempenho individual e organizacional.”

Adam Waytz

Apesar da sua evidente importância e vantagens, a empatia tem também as suas limitações:

  1. É esgotante – ser constantemente empático sem ter a devida atenção ao equilíbrio, pode levar a: ansiedade, depressão, sentimentos de trauma, etc. É o que se chama de empatia excessiva, que se carateriza pela tendência de se sacrificar as necessidades próprias em prol dos outros. A empatia pode assim ser esgotante, principalmente em contextos ou papéis em que seja um fator essencial ao trabalho.
  2. É um jogo de “soma zero” – a empatia esgota-se a si própria. Quanto mais dedico empatia aos outros no dia de trabalho, menos tenho para dedicar no meu ambiente familiar no final do dia. A nossa reserva de empatia diária é limitada.
  3. Pode comprometer a ética – cria falhas de discernimento ético. Ao nos esforçarmos para entender e sentir o ponto de vista do outro podemos acabar a tomar os seus interesses como nossos e assim tornamo-nos mais susceptíveis a ignorar comportamentos pouco éticos, inibindo inclusivamente a denúncia.

Dicas para desenvolver empatia

Existe quem, de forma quase inata e diariamente, coloque em prática a empatia e consiga o tal equilíbrio, mesmo sem se esforçar para isso. Tem a ver com a personalidade distinta de cada ser humano. Mas que os menos empáticos não se aflijam! Existem formas de trabalhar esta essencial skill e de torná-la parte integrante da nossa capacidade de lidar com os outros.

  • Investir na autoconsciência: o autoconhecimento não assume o papel de 1º pilar da inteligência emocional por acaso. Convém assim relembrar que quanto melhor nos conhecemos, melhor nos conseguimos relacionar com os outros
  • Entender e desenvolver a Inteligência Emocional: pesquise e leia sobre o tema. Daniel Goleman, Dale Carnegie, Peter Salovey, Susan David são só alguns exemplos de autores/investigadores focados no tema. Pode começar com “Inteligência Emocional” de Daniel Goleman e com o artigo da Myself&I “Inteligência Emocional – o que é e como a desenvolver.
  • Lidar de perto com as pessoas e pedir feedback: sem receios, solicite a opinião dos outros sobre si próprio e assuma uma postura construtiva face às mesmas. Por vezes a ideia que temos de nós próprios condiciona-nos no nosso caminho do Desenvolvimento Pessoal.
  • Projetar sempre emoções positivas: tais como esperança, entusiasmo, motivação. Os outros irão “espelhar” essa energia e sentimentos de coesão, colaboração e pertença prevalecerão.
  • Ser Luz e o Foco necessário: quando inserido num ambiente negativo, dominado por energias negativas (apatia, desmotivação, frustração, ira, infelicidade, etc), não ceda à tentação de se adaptar às mesmas. Antes pelo contrário, influencie positivamente a energia do grupo.
  • Ser Bom ouvinte: numa conversa faça perguntas; demonstre interesse através de interjeições e gestos; interaja de forma positiva aumentando a autoestima e confiança do interlocutor; dê feedback e/ou faça sugestões num espirito positivo de interajuda; reformule aquilo que lhe é dito.
Seja o trampolim da outra pessoa numa conversa, ajudando a ver as coisas de outra perspetiva, dando-lhe energia e amplificação.
  • Fazer uma pausa antes de agir: analise e reflita quando confrontado com a uma situação menos positiva (ex.: resposta à reclamação de uma cliente). Não aja de imediato. Tente perceber o que levou o outro lado a ter determinada atitude e responda à situação de forma positiva, cordial e correta.
  • Colocar-se no lugar do outro: saber “calçar os sapatos do outro” mas sem caminhar por ele. Tomando para nós uma atitude de compaixão e entendimento pelo próximo, fazendo por descobrir as suas necessidades, com o intuito de puder vir a ser útil ao mesmo de alguma forma
  • Perdoar: favorece a nossa relação com os outros, promovendo a lealdade e o respeito, reduzindo o nosso próprio stress e emoções negativas.
  • Liderar com compaixão: ser compassivo leva a que os outros confiem em nós e sintam que podem ser autênticos. Favorece a sua criatividade, capacidade de iniciativa e independência.

Conclusão

Em suma, ser empático é fazer por conhecer e compreender o Mapa Mundo de cada pessoa e respeitá-lo. Não cedendo aos juízos de valor e colocando-nos no lugar do outro. Tentando perceber o porquê das suas atitudes e quais as suas necessidades, tornando esse entendimento útil a ambas as partes.

A empatia não é, no entanto, inesgotável. Há que saber utilizá-la com moderação e equilíbrio. Mantendo, quando necessário, a devida distância para não nos deixarmos abalar pela dor do outro. O objetivo será sempre conhecer, entender e fazer o outro perceber que existem formas de se auto potenciar. Sem cedermos ao criticismo, autoritarismo ou ao puro e total desinteresse pelo outro.

Todos queremos ser seres humanos competentes, valorizados, visionários, capazes de assumir o controlo das situações…

“No entanto, a empatia, a autenticidade e a generosidade são aquilo que distingue a competência da grandeza”

Lou Solomon, adaptado de hbr.org em 21 de abril de 2015, in “Coleção Inteligência Emocional – Empatia”
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